quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Da primeira postagem do Blog às Formas de Expressão.


A música é forma de expressão. Da forma que eu vejo, é mais do que simples acordes combinados. É um meio de transmissão de idéias e ideais. Tanto que, o que me estimulou a voltar a escrever, a me expressar, foi o som do nosso rapper brasileiro: Gabriel, o Pensador.
A música “Linhas Tortas” expressa exatamente a relação música x idéias, esse mundo mágico, que é livre de amarras, onde, munido de um papel e uma caneta (no meu caso um computador) pode-se fazer uso da palavra, pode-se demonstrar sentimentos, pensamentos, e foi isso que eu resolvi fazer.
Desde sempre eu tenho uma necessidade crônica de escrever. É mais fácil organizar os pensamentos assim. É mais fácil de fazer alguém entender o que eu quero dizer. É sempre assim, parece meio difícil no começo, mas de repente as palavras simplesmente transbordam e tenho até que segurá-las pra que não percam o sentido. Foi por isso que criei (mais) um blog.
E, voltando ao assunto inicial do texto (música x ideais) vou dizer o que penso sobre a música brasileira de hoje: Em geral, gosto muito de rock (nacional e internacional), no que tange ao ritmo, mas o que me chama a atenção nas músicas tupiniquins em geral são as letras. Ok, estou falando sobre mim. Aí eu vejo alguém na rua ouvindo um funk com uma letra bem vulgar, enquanto no bar a frente rola um pagodinho cheio de “Laiá, laiá” e “iê, iê” misturado com alguns clichês românticos.
Não sou crítica musical. Não entendo muito de ritmo, não toco instrumentos, portanto não vou entrar nesse mérito. O que me preocupa é justamente a racionalidade de quem ouve determinadas músicas.
É uma coisa complexa de explicar, pois, tomando como exemplo o grupo de rap “Racionais”, eu particularmente acho as letras muito ricas, falam sobre as dificuldades de uma classe social prejudicada financeiramente, sobre a luta pela vida, o esforço, e muitas vezes alerta sobre os riscos ao tentar sair dessa condição de uma forma “fácil”: drogas, crimes. Tudo bem, aí eu paro e avalio a criatura que está ouvindo o som: ela não está absorvendo a mensagem, está distorcendo, entendo que ser bandido é legal, é status.
Não entendo se é simplesmente dificuldade de interpretação, ou falta de conhecimento. Mas tem músicas que eu simplesmente me recuso a ouvir pois são pobres de conteúdo. Me digam, o que se pode aproveitar de algo como “Ai se eu te pego, ai se eu te pego”? Músicas com esse tipo de letra (que hoje em dia são dos estilos funk e sertanejo universitário) são intragáveis! Não me descem, pois fazem apenas apologia ao sexo, vulgarizam a mulher e instigam os homens à serem trogloditas.
Mas o âmago da questão, o que realmente quero dizer, é que o problema principal é o público dessas músicas. Infelizmente são pessoas menos instruídas, que tem dificuldade em ver que a vida não é apenas aquilo.
Uma coisa é você ouvir a música por diversão, durante uma cervejada de um domingo à tarde. Eu mesma não me safo à gostar de músicas sem conteúdo, adoro ouvir Velhas Virgens, que com certeza é extremamente vulgar, mas vejo isso como uma forma de diversão.
O problema não é a pessoa tirar um sarro com um “que é isso novinha?”, é viver aquilo. Se tornar uma pessoa vulgar, alienada, sem responsabilidade, viver em função de uma idéia vazia, perdida. Não ter respeito com os demais à sua volta, impor o seu gosto musical, berrando a porcaria auditiva dentro de coletivos, através de celulares, caixas de som nos carros, inaugurações de mercado nos bairros.
São as tais de “cultura de massa”. Aí o infeliz que inventou isso fica rico, e o povão com cabeça de queijo suíço.
O livre arbítrio é direito de todos. Ouçam o que quiser! Mas por favor, da mesma maneira que vocês ouvem Mc Catra, ouçam  Elis Regina, Raul Seixas, Chico Buarque... e não precisa ir tanto pra trás! Gabriel, Charlie Brown Jr, entre tantos outros! Absorvam as coisas positivas, os exemplos, histórias de pessoas que lutaram pra conseguir algo na vida e conseguiram! Opiniões políticas, questões sobre a nossa sociedade, cultura! Fica aqui o apelo.

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